3 de dezembro de 2021 | ESG, Sustentabilidade, ,

10 passos para a construção de um relatório

Por Gustavo Santos

A agenda ESG está cada vez mais presente e forte no setor corporativo e, por isso, exige mais transparência na divulgação de indicadores sociais, ambientais e de governança para os diversos públicos de interesse das organizações. Há diversos modelos e estruturas de relatórios que podem ser adotados, dependendo do contexto da empresa. Mas, qual é o modelo ideal para a empresa em que trabalho? Para o momento em que ela se encontra? Essas são questões que só podem ser respondidas a partir de uma análise customizada.

Independentemente disso, é preciso dizer que um relatório bem construído vai muito além de uma peça de comunicação. Ele se torna um instrumento de gestão de uma companhia, considerando que os indicadores ESG podem se tornar diretrizes na visão de futuro da empresa. Neste contexto, não importa muito se a empresa está no começo, no meio ou em estágio mais avançado nesta jornada. Seja lá qual for o modelo e estrutura escolhidos, um relatório deve trazer informações sobre o que aconteceu em um determinado período (normalmente, anual); ser claro e preciso com os dados e ter uma narrativa dentro de um contexto. E, por fim, a empresa é a responsável final por todas as informações que constam neste documento.

Para orientar a produção de relatórios, organizamos 10 passos básicos que podem ajudar a guiar este processo:

  1. Alinhe com a empresa as normas e a estrutura (há diferentes modelos – GRI, Relato Integrado etc.) que poderão ser aplicadas ao relatório antes de iniciar o projeto editorial. As empresas estão em diferentes estágios de maturidade e o relatório precisa ser ajustado para a realidade de cada uma.
  2. Crie um projeto editorial, com um roteiro estruturado por capítulos.
  3. Trace o objetivo e defina o público-alvo do relatório.
  4. Use o brandbook da empresa como diretriz para o projeto.
  5. Defina a pessoa da narrativa (primeira pessoa do plural; terceira pessoa do singular).
  6. Identifique o tom que a empresa quer dar para a narrativa a ser adotada no relatório.
  7. Identifique quais indicadores serão explorados em cada capítulo e as principais fontes na empresa para apuração das informações. E delimite o número de entrevistas.
  8. Desenhe um ‘espelho’ do projeto editorial. Isso vai ajudar a guiar a produção e visualizar a distribuição do conteúdo.
  9. Peça à empresa arquivos que podem ser úteis para a produção e edição de conteúdo (clipping de notícias, PPTs, links, documentos, comunicados internos etc.), além de imagens de arquivo (fotos, infográficos, plantas etc.).
  10. Construa um cronograma a partir de todas as etapas do processo, estabelecendo prazos claros e possíveis para todos os envolvidos e entregas. E delimite o número de refações e de ajustes para as entregas.

Um projeto editorial de um relatório anual precisa ter um objetivo claro, pois é isso que vai guiar a distribuição e a organização dos indicadores e a produção de conteúdo em si. É importante contextualizar a performance (dados e indicadores) da empresa naquele período, pois são eles que sustentam a narrativa ESG que será apresentada. Mas, isoladamente, dados e indicadores podem não refletir a realidade que a empresa viveu naquele momento e seu processo de evolução.

Por: Gustavo Santos