A proteção da Floresta Amazônica está efervescente. Ainda bem! O movimento da sociedade civil organizada, das empresas e dos governos em torno deste enorme desafio e a sua repercussão nos veículos de imprensa no Brasil e no mundo avançaram paulatinamente esta semana e ganharão maior evidência na semana que vem, nos dias 8 e 9, quando chefes de estado de oito países que detêm o bioma – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – se reunirão na Cúpula da Amazônia, em Belém (PA).
O governo Lula puxou a agenda do evento para o Brasil, em uma iniciativa que visa resgatar o protagonismo do país na organização de políticas públicas de proteção ambiental e no fim do desmatamento. Vale lembrar que em maio passado a ONU confirmou a capital paraense como sede da COP 30, em 2025, em atendimento à manifestação do governo brasileiro. Uma jogada inteligente. Gera dúvida, no entanto, o movimento da Petrobras em busca de licença ambiental junto ao Ibama para perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas, em águas profundas do Amapá, área que abriga grande biodiversidade marinha. O interesse no investimento em óleo e gás, aliás, não é exclusivo do Brasil na América Latina, como mostrou reportagem do Observatório do Clima.
A agenda da Cúpula gerou, consequentemente, um movimento de organizações da sociedade civil, que atuam para influenciar a agenda do poder público. Na segunda-feira (31), Rosana Jatobá divulgou na CBN uma campanha que visa pressionar governos e bancos a frear a exploração de combustíveis fósseis na Amazônia. A proposta é criar uma zona de exclusão para este fim e é direcionada a governos e bancos que financiam projetos de exploração de petróleo e gás na Amazônia. Na quinta-feira (02) o Valor divulgou uma iniciativa de 52 organizações que visa engajar os líderes de países amazônicos para que se comprometam com a eliminação do desmatamento até 2030.
Ainda sem muito espaço na Cúpula, sociedade civil, academia e empresas se encontram entre sexta (4) e domingo (6) nos Diálogos Amazônicos, em intensa programação que antecede o encontro das lideranças dos países. Mais do que isso, há também uma agenda pós-Cúpula, para os dias 9 e 10, para avaliar os resultados da reunião, que também tem o objetivo de elaborar um documento a ser apresentado na COP28, em dezembro, em Dubai.
Mais do que nunca, a Amazônia está na berlinda. E, assim, inspira também o movimento artístico. Começou ontem a primeira edição da Bienal das Amazônias, que tem como tema ‘Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos’, evento que se estenderá até novembro, reunindo mais de 120 artistas e coletivos dos oito países da Pan Amazônia, além da Guiana Francesa.
Nesse contexto de ebulição, a ALTER editará duas edições especiais, no sábado (5) e domingo (6), da Estratégia ESG, com notícias, artigos e agenda de eventos relacionados à agenda Amazônica para manter nossos leitores atualizados. Acompanhe e compartilhe!