A COP28, próxima edição da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas que acontecerá em Dubai, já está batendo em nossa porta. Mas parece que foi ontem que representantes de governos e da sociedade civil estavam no Egito para discutir os rumos do enfrentamento à crise do clima.
A 27ª edição, que ocorreu no ano passado na cidade de Sharm el-Sheikh, tinha um grande objetivo principal: tirar do papel as promessas que vêm sendo forjadas e começar a planejar as ações para a construção de uma agenda climática global realmente sólida.
Contudo, o balanço final da COP27 não foi lá muito animador, principalmente no que diz respeito ao fundo anual de US$ 100 bilhões, proposto na COP15, para ajudar a limitar o aquecimento da Terra a 1,5ºC, objetivo firmado no Acordo de Paris, na COP21.
O valor, que sai dos cofres de países ricos com destino a políticas ambientais aplicadas em países pobres, tinha previsão de começar a circular a partir de 2020. A meta, no entanto, passou longe de ser atingida. Os países mais críticos receberam apenas 8% da verba e, do montante total, cerca de 70% foram via empréstimo. Neo-neoimperialismo?
Em junho deste ano, durante o evento “Power Our Planet”, em Paris, o presidente Lula deu o recado: “Não foi o povo africano que poluiu o mundo. Não foi o povo latino-americano que poluiu o mundo. Na verdade, quem poluiu o planeta nos últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial e, por isso, têm que pagar a dívida histórica com o planeta Terra”.
O posicionamento do presidente brasileiro pode antecipar um pouco do tom a ser adotado pelo Brasil na conferência climática deste ano e também nas próximas – principalmente na COP30, que ocorrerá em Belém do Pará em 2025.
Apesar de ter feito uma “participação especial” na edição do ano passado, o encontro deste ano será o primeiro, das edições recentes, em que Lula participará como representante oficial do país. Decerto, muitos holofotes estarão direcionados para o chefe do Executivo e para o Brasil, afinal: Amazônia.
O cabo de guerra em torno do maior bioma do planeta promete agitar as negociações entre as potências mundiais. Com um porém: o Brasil não toma chá das 5, nem come escargot e ainda tomou de 7 na Copa do Mundo de 2014. Mas, ainda assim, é o dono da bola.
Enquanto você lia esse texto, a COP28 já chegou um pouquinho mais perto. Já dá para ver a pontinha do Burj Al Arab. No entanto, não existe arranha-céu no mundo que se sobressaia a uma Sumaúma.