A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) já começou. À medida que se aproxima o período de realização do evento, de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes, ganha corpo, fôlego e força o movimento de empresas, organizações e governos em torno da agenda climática. No fim de semana, a Convenção do Clima da ONU divulgou os resultados do primeiro Global Stocktake (GST), o balanço global para acompanhar e avaliar a implementação das metas do Acordo de Paris no longo prazo. Em resumo, o documento reforça o alerta sobre a necessidade de acelerar (e muito) os esforços para conter a crise climática em curso e gerenciar as consequências resultantes dessas catástrofes.
No Brasil, em meio a dezenas de mortos (46 no domingo, segundo o G1) e milhares de desabrigados (4.794) e desalojados (20.490), no Rio Grande do Sul, por causa do impacto de um ciclone extratropical que atingiu a região, já há um reconhecimento de que a tragédia é consequência da crise climática. “A área atingida no Rio Grande do Sul não é considerada de risco, nenhum município ou as localidades compreendidas estão entre os 14 mil pontos do Brasil de áreas de altíssimo risco. É fato que estamos vivendo com as mudanças climáticas”, afirmou à CNN o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
Não foi mera coincidência, então, que o presidente Lula, ao assumir ontem a liderança do G20, anunciou o lema ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’. No plano de trabalho do Brasil no G20, duas forças-tarefas estão previstas: a ‘Aliança Global contra a Fome e a Pobreza’ e a ‘Mobilização Global contra a Mudança do Clima’. Lula sabe da importância da agenda climática no contexto geopolítico global e explora o assunto como pode.
Apesar das discussões ganharem volume e peso, há também um clima de descrença no ar, considerando a experiência das últimas COPs, quando foram registrados poucos avanços nos compromissos e ações dos países para mitigação de gases-estufa, adaptação aos impactos, financiamento e transferência de tecnologia e o perfil do país anfitrião, com economia atrelada à produção de óleo e gás. Na estreia da série de 12 artigos preparatórios para a COP28, que o jornal O Globo vai apresentar em parceria com a Alter Conteúdo Relevante, Suzana Kahn, professora titular da COPPE/UFRJ, fala sobre essa baixa expectativa e diz que o Brasil terá a oportunidade de retomar o protagonismo nesta agenda.
Essa parceria visa apresentar ao público as diferentes facetas do Brasil que serão levadas à Conferência do Clima, a partir do olhar de 12 especialistas no tema. O objetivo é levar ao leitor informações importantes, que embasam as discussões em torno da agenda climática. Você é nosso convidado a acompanhar esse conteúdo relevante em todas as plataformas do jornal O Globo e da Alter Conteúdo. Vem com a gente!