O tema da sustentabilidade segue cada vez mais atual e urgente, e as lideranças empresariais cumprem um papel de extrema importância na propagação de ações para um desenvolvimento sustentável. Estamos vivendo um momento de sofisticação do setor empresarial, e temas como empoderamento feminino e equidade de gênero seguem ganhando escala, embora ainda haja desafios. Cada vez mais interligados, os temas de desenvolvimento sustentável e liderança feminina seguem lado a lado como forças motrizes para mudanças significativas na sociedade e no mundo corporativo.
Mais do que um objetivo para um futuro melhor, a liderança feminina, por meio da equidade de gênero e redução das desigualdades, é um dos pilares para o desenvolvimento sustentável participativo, relevante, justo e socialmente referenciado. No CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) lidero o Prêmio Liderança feminina. Mas não é fácil convencer a participação de mulheres brilhantes. Muitas vezes surge a “síndrome de impostora”, na qual temos a mania de nos atirar quando nos sentimos 100% preparadas.
Inserir medidas de igualdade de gênero no mercado de trabalho e em áreas como a política, educação, saúde e tecnologia são fundamentais para o cumprimento não só do ODS 5, mas para o desenvolvimento sustentável e a realização de todos os outros 16 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A valorização e o incentivo a mulheres em todos os setores da sociedade são de suma importância, para que elas tenham voz e representatividade também em posições de poder e influência. Ser mulher é ter que provar sempre que estamos preparadas – cercadas por vieses inconscientes. O diálogo é fundamental para esse avanço, e é preciso cuidado e empatia para não pararmos de buscar soluções e iniciativas que nos colocam em um caminho para um futuro sustentável.
Promover o acesso à educação e o desenvolvimento de habilidades de liderança em meninas e mulheres desde o início de sua formação são essenciais para a equidade de gênero. A liderança é uma habilidade que deve ser desenvolvida e aprimorada ao longo da vida, e se começarmos hoje, poderemos moldar um futuro mais justo.
Precisamos pensar conjuntamente em como reduzir as desigualdades de gênero e ressaltar o papel da mulher na sociedade brasileira, levando a discussão também para os homens, para que todos sejam parte efetiva de mudanças.
Dados recentes da ONU estimam que serão necessários 300 anos para o mundo atingir a igualdade de gênero. As mulheres ainda ocupam menos de 20% dos cargos na Alta Liderança. Isso é remar contra a maré.
Se quisermos ser mais rápidos e mudar esse rumo teremos de remar, mas a favor da maré, e muito mais fortemente, ampliando educação, renda e emprego para mulheres, bem como a promoção da participação na ciência e tecnologia.
Esse é um dos grandes desafios da nossa sociedade que deve ser assumido por todos!
Head de Relações Institucionais do CEBDS e membro da ‘Women, Diversity, and Inclusion in Business Action’, no Business 20 Brazil, do G20