De 3 a 5 de maio, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, vai sediar a 22ª Feira Preta. Ao longo de mais de duas décadas, o encontro se consolidou como o maior evento de cultura negra e empreendedorismo da América Latina. E se transformou em uma plataforma que ajudou a conectar economicamente mais de 10 mil empreendedores criativos negros e indígenas.
Adriana Barbosa, CEO da PretaHub, é idealizadora da Feira Preta e se tornou referência no empreendedorismo negro no Brasil e na América Latina. No mês passado, o site da revista Time veiculou um perfil de Barbosa, que conta como surgiu a iniciativa de criar o Festival Feira Preta.
A primeira edição do evento foi uma forma de ajudar a pagar as contas e celebrar a cultura negra. Reuniu mais de 5 mil visitantes e criou uma oportunidade para ela e outros empresários a venderem seus produtos.
Hoje, com 47 anos e ciente da dificuldade de engajar o setor privado em iniciativas lideradas por empreendedores negros, Barbosa transformou a Feira Preta na plataforma PretaHub, cujo objetivo é trabalhar na construção de um mercado mais equitativo.
Por meio do financiamento de empresas privadas brasileiras, agências de fomento internacional e programas públicos, a PretaHub investiu mais de US$ 11 milhões para ajudar empreendedores negros, por meio do apoio na expansão e na digitalização de suas operações.
Ao longo desse período, a PretaHub trabalhou com mais de 10 mil empreendedores negros em áreas como arquitetura, moda, gastronomia, turismo e tecnologia. Mais de dois terços são mulheres, sendo que metade delas não frequentou a universidade.
A principal área de atuação é o Brasil, mas a organização também já trabalhou com empreendedores de países da África e da América do Sul. “Tudo começou com uma pequena ação para pagar o aluguel”, diz Barbosa à Time. “Hoje é uma grande organização social que criou um mercado para o povo negro”.
* Gilberto Lima é produtor de conteúdo, dono da Agência Celacanto, especializado em clima e finanças sustentáveis, e parceiro da Alter Conteúdo