Os desafios socioambientais atuais são muitos, complexos e interconectados, exigindo soluções inovadoras e colaborativas. A crise climática, as desigualdades sociais e a escassez de recursos naturais impõem um novo paradigma para as empresas, que precisam ir além do lucro e assumir um papel ativo na construção de um novo futuro.
O termo ‘ESG’ surgiu há 20 anos, a partir da provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. A expressão se consolidou como uma estrutura que instiga as organizações a olharem além dos resultados financeiros de curto prazo, incorporando um olhar sobre o tema e indicadores relacionados a esses aspectos nas estratégias de negócios.
Mas o desafio é grande demais, e é preciso ir além. Nos últimos anos, apesar dos esforços, os abismos sociais se aprofundaram e o planeta esquentou, escancarando a emergência climática e social diante de nós.
E é nesse contexto que a filantropia empresarial ganha força. Por muito tempo, a filantropia nas empresas foi vista com ceticismo, como uma estratégia pontual e superficial, associada à caridade e a medidas de transferência de renda assistencialistas. No entanto, essa percepção está mudando.
Hoje, há um movimento crescente de empresas que vêm integrando a filantropia às suas estratégias de responsabilidade social corporativa, alinhando essas ações aos valores e propósitos da organização. Esse realinhamento de prioridades (e de destinação de recursos) reflete um compromisso autêntico — e, por que não, ‘ousado’ — de promoção de impacto positivo, ampliando as expectativas de todos os envolvidos: acionistas, colaboradores, clientes e a sociedade como um todo.
Mas ninguém consegue enfrentar este desafio sozinho. A colaboração entre os setores público, privado e social é urgente e imprescindível.
Esse é o tema central do e-book ‘Filantropia Empresarial: Guia para Impulsionar ESG e Responsabilidade Social nas Empresas‘, desenvolvido pela Sitawi. Nele, exploramos como a filantropia corporativa pode promover alternativas e estratégias para a contribuição das empresas na construção de um futuro mais justo e sustentável.
Os desafios demandam criatividade, expertise e recursos financeiros. A boa notícia é que essas ferramentas estão ao nosso alcance, e ainda há tempo para evitar os piores cenários. No entanto, a janela de oportunidades está se fechando rapidamente — e a hora de agir é agora.
*Fernanda Pessoa é gerente de Gestão de Filantropia na Sitawi Finanças do Bem