O uso da inteligência artificial generativa já se destaca nas agendas de líderes empresariais, mas o seu papel no processo de tomada de decisões ainda enfrenta inúmeros desafios. E um dos principais deles é a gestão da sustentabilidade nas organizações.
Essas são algumas das conclusões de pesquisa recente realizada pela IBM Institute for Business Value em parceria com a Oxford Economics, que consultou 3 mil CEOs de 24 setores industriais em mais de 30 países. Entre os entrevistados, 75% disseram acreditar que a vantagem competitiva dependerá de quem possui a IA generativa mais avançada, e 43% já utilizam a tecnologia como base de informação em decisões estratégicas.
Para a maioria, a sustentabilidade é o principal desafio a ser enfrentado nos próximos três anos, e estímulos financeiros não faltam para superá-los. O levantamento revela que o percentual de CEOs com remuneração vinculada a metas de sustentabilidade mais que triplicou em relação ao ano passado, atingindo 50%.
Os dados levam a inúmeras reflexões. A começar pelo fato de que já parece clara para as lideranças a relação entre sustentabilidade e lucratividade. Ao mesmo tempo, há questões a serem resolvidas para o desenvolvimento de estratégias que levem essa percepção a resultados eficazes. Entre elas, dificuldades para o gerenciamento de dados e pouca clareza na avaliação do retorno sobre o investimento e de benefícios econômicos, além de barreiras regulatórias.
Com a perspectiva de que as decisões sejam tomadas em um ritmo cada vez mais rápido, o dilema crucial se encontra entre o risco de ficar para trás e as incertezas em relação a uma tecnologia ainda emergente. Quando a IA é treinada com base em dados genéricos e sem transparência em sua lógica, os vieses podem levar a desinformação e erros graves, com impactos em políticas que abrangem temas como gestão ambiental, inclusão e diversidade.
O problema é que, de uma maneira ou de outra, a IA generativa já está dentro das empresas. O estudo informa que funcionários já estão usando a tecnologia em seu trabalho, seja isso aprovado pela liderança executiva ou não. Considerado o surgimento crescente de novas ferramentas, apenas bloquear o acesso ao ChatGPT e assemelhados no ambiente de trabalho tende a ser uma medida inócua.
A saída passa por um processo de gestão que busque as oportunidades proporcionadas pela IA generativa, e a pesquisa indica alguns caminhos, que combinam capacitação e regras claras. Isso inclui a definição de padrões sobre sustentabilidade, segurança e privacidade de dados. Em suma, nas palavras dos organizadores do trabalho, trata-se de “um desafio épico”.