Site de notícias de política está anunciando nova edição do prêmio que identifica e homenageia os parlamentares mais atuantes em Brasília. Esta semana, os editores anunciaram que deputados e senadores também concorrerão à categoria Clima e Sustentabilidade. Em breve, dia 18, o nome dos finalistas será divulgado. O prêmio funciona como observatório das atividades parlamentares e, sem dúvida, é mais um estímulo para que os representantes do povo cumpram seu papel. Mas, embora iniciativa louvável, ainda é somente uma foto de personagens que recebem uma recompensa, um troféu.
É de se pensar, entretanto, qual a premiação na área de sustentabilidade que o Parlamento como um todo deveria estar trabalhando para receber. Mais: há que se pensar se a imprensa que observa, fiscaliza e, agora, premia com investimento pesado de recursos, também não poderia optar por investir mais energia na agenda ambientalista e exigir maior robustez na estratégia de construção de leis que vençam os desafios climáticos, o desmatamento, a destruição dos biomas, os maus tratos aos animais.
Depois de anos de estagnação, o Brasil tem a oportunidade de afinar seu coral de papagaios e periquitos, como disse a ministra Marina Silva. Ganha prêmio quem não esmorece. Festa de entrega de prêmio não deve exigir luxo. Tem que ser festa da transformação real, com gente que desce do salto para ajudar na comemoração. Faz bem pisar no chão e sentir com os dedos dos pés o relevo das políticas públicas, bem como é importante espetar a pele na lâmina afiada do descaso. Sentir a dor faz reagir.
Como escolher os melhores entre 513 deputados e 81 senadores? Quem mais defende as causas ambientalistas dentro do Congresso Nacional? Quem apresenta mais projetos de lei? Quem são os líderes que pautam o tema na sociedade? Quais as entidades que os municiam com mais informação de excelência? Que veículos de comunicação dão lastro às narrativas ambientalistas desinteressadamente? Esse mapeamento não é difícil de fazer. Esse cruzamento de dados é singelo, e qualquer consultoria mediana de Relações Institucionais e Governamentais está apta a fazê-lo. Reunir perfis de protagonistas, influenciadores, bem como classificá-los como aliados, neutros ou detratores não exige metodologia primorosa.
Ora bolas! Mas é preciso muito mais do que perfilar fotos de políticos. Falta construir um mapa que não seja de “stakeholders” genéricos, mas de transformadores de verdade, aptos a mudar para valer o cenário estagnado da política ambiental brasileira.
Quem se habilita?