“Já não precisamos fazer narrativas. O problema das mudanças do clima e dos eventos extremos que antes batiam à nossa porta agora arrebentam”, sintetizou nessa quinta-feira (28/9) a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em evento. Os impactos das mudanças climáticas são evidentes em diferentes partes do Brasil e do mundo e trazem consequências sérias tanto para os negócios quanto para a sociedade.
A seca prolongada na Amazônia e o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul são apenas dois dos exemplos mais recentes desses impactos, que estão afetando milhões de pessoas e causando prejuízos significativos em diferentes setores da economia.
Na Amazônia, que enfrenta a segunda maior estiagem dos últimos 13 anos, a falta de água e de comida tem se tornado um suplício para as famílias da região. As secas amazônicas aumentaram em frequência e intensidade nos últimos anos, algo creditado à crise climática. Segundo o Correio Braziliense, as condições extremas do clima estão afetando diretamente o abastecimento de água nas torneiras e encarecendo os alimentos.
Para as empresas, que dependem dos recursos naturais para produzir, há uma série de implicações para suas operações. O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, por exemplo, além de mortos, feridos e desabrigados, tem afetado a produtividade de culturas importantes, como o trigo e a cevada, como aponta o Globo Rural. Essas condições têm consequências diretas nas áreas rurais, onde muitos trabalham e dependem dos resultados das colheitas para sua renda. Além disso, é importante destacar que esse cenário impacta a economia do estado e do país como um todo, uma vez que o Rio Grande do Sul é um grande produtor agrícola.
Como se sabe, vivemos no mesmo planeta e, portanto, a crise não se restringe a regiões específicas. A escassez de azeite na Europa é outro exemplo dos impactos das mudanças climáticas em escala global, como destaca The Guardian. Sozinha, a Espanha responde por metade do abastecimento mundial de azeite, mas os incêndios florestais e as altas temperaturas do verão geram incertezas para o futuro dessa indústria naquele país, que planeja importar o produto do Chile para atender à demanda do mercado europeu. Há preocupações também com o impacto das condições meteorológicas nas oliveiras em outras regiões, como Grécia, Itália, Portugal, Turquia e Marrocos.
Esse fato evidencia a necessidade de medidas abrangentes e cooperativas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Isso passa necessariamente pelo processo de descarbonização das empresas.
Ontem, duas gigantes brasileiras avançaram uma casa no tabuleiro para encontrar soluções e intensificar seus esforços na sustentabilidade. A parceria entre a Vale e a Petrobras na busca por soluções de baixo carbono, como informou reportagem do Estadão Conteúdo, é estratégica para impulsionar a transição para uma economia mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis. A iniciativa está em sintonia com a fala do presidente Lula na quarta-feira (27/9), de que o Brasil vai passar os Estados Unidos na corrida da transição energética. A conferir!
A boa notícia é que a sociedade e os investidores poderão acompanhar mais e melhor o movimento de descarbonização das empresas. O recente lançamento do International Sustainability Standards Boards (ISSB) de normas globais de relato de sustentabilidade representa um avanço importante na jornada de descarbonização. Conforme mencionado na Forbes, as normas ajudarão as empresas a reportar informações de sustentabilidade em suas demonstrações financeiras, o que contribuirá para uma maior transparência e para o avanço rumo a uma economia mais sustentável.
Ações concretas e colaborativas são necessárias para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Somente por meio de um esforço conjunto e de medidas efetivas em todos os setores da sociedade poderemos enfrentar essa crise e garantir um futuro mais seguro e sustentável para todos.