25 de março de 2024 | Estratégia ESG, , , ,

Reflexões dos SXSW 2024

Por Gabriela Anastácia

Pertencer significa não ter que se contorcer ou fingir. Este princípio ressoa especialmente quando consideramos a discussão em torno da futurologia e sua aplicação nos mais diversos territórios.

Muito se engana quem pensa que o tema é apenas discutido em encontros internacionais e grandes centros econômicos. Temos que reconhecer que muita gente nas favelas e periferias está pensando em como construir novos futuros a partir de seus territórios, seja no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, ou em festivais como o SXSW em Austin, Texas. É fundamental compreender que a inovação e as tendências não são exclusividade de determinados espaços geográficos ou sociais.

Ao acompanhar a cobertura do SXSW 2024, um dos maiores eventos de futurologia do mundo, foi constatado que os brasileiros lideraram o número de participantes desta edição. O mesmo aconteceu na última Conferência do Clima, onde a maior delegação foi a brasileira. Isso demonstra o interesse e a relevância dos temas em nosso contexto.

No entanto, é preciso adotar um olhar crítico ao analisar a programação dessas agendas. Quem os organiza? Quais são as motivações por trás? Há diversidade entre os palestrantes e painelistas? Essas são perguntas primordiais que devemos fazer antes de nos deixarmos levar pelos grandes eventos e altos investimentos necessários para participar deles.

O South by Southwest (SXSW) ocorreu de 8 a 16 de março em Austin, Texas, e apresentou tendências nas áreas de inovação, tecnologia e cultura. Dentre os temas abordados, um que chamou particular atenção foi a discussão sobre a chegada da FUD – Fear, Uncertainty, Doubt levantada por Amy Webb. Esta é uma evolução das já conhecidas siglas FOMO e JOMO, refletindo uma mudança nas percepções e preocupações em relação ao futuro.

Uma das principais reflexões que eventos como o SXSW nos provocam é sobre a adaptação dessas tendências para a sociedade brasileira. As realidades são distintas e demandam um entendimento profundo das nuances culturais, econômicas e sociais de cada contexto. O que pode ser aplicado na realidade estadunidense nem sempre é diretamente transferível para a brasileira.

É fundamental que não apenas participemos dessas programações, mas também que saibamos extrair delas insights relevantes e aplicáveis à nossa realidade.

Gabriela Anastácia é jornalista, palestrante e fundadora do Papo de Empreendedora (@papodeempreendedoraoficial) e Gamarc Comunicação

* Durante todo o mês de março, os editoriais da Estratégia ESG serão escritos exclusivamente por mulheres que compõem a equipe da Alter Conteúdo e convidadas. Mais do que uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, nosso objetivo é trazer reflexões variadas sobre a construção do feminino e suas implicações no dia a dia das mulheres.

Por: Gabriela Anastácia