Este é nosso último editorial do ano, e, como ele, nos despedimos de um ciclo intenso, marcado por avanços e contradições. No cenário ESG, a palavra que nos moveu foi ‘urgência’. Urgência em reverter danos, em concretizar compromissos e em dar sentido ao que se traduz nas planilhas como ‘sustentabilidade’. A cada reunião, evento e relatório produzido, vimos o quanto ainda precisamos transformar em prática o que já compreendemos (será?) em teoria.
O Brasil, que deveria ser guardião de riquezas naturais e culturais incomparáveis, ainda cede ao que destrói: o avanço do garimpo ilegal, as ameaças às populações tradicionais, o crescimento do desmatamento e a manutenção de desigualdades históricas. Não se pode, é inadmissível, falar em desenvolvimento sustentável sem encarar a crise social e ambiental que pulsa nas entrelinhas de cada dado ignorado.
E ainda assim, há potência na resistência. O crescimento do protagonismo indígena, as alianças globais para financiamento climático e as redes de apoio formadas entre quem luta pela justiça ambiental e social apontam para um futuro em que as ações podem – e devem – ter peso histórico.
Em 2025, a COP30 em Belém será mais que um evento: será um teste. Testaremos nossa capacidade de traduzir discursos em compromissos concretos e de mostrar ao mundo que o Brasil pode liderar a transição para um modelo que una economia e vida. Por mais que hoje a COP se traduza apenas em risco de faltar infraestrutura e projetos de marketing, é preciso por a bola no chão e olhar para a grandeza da discussão proposta. Estão preparados?
Por ora, encerramos nossa newsletter até o início de fevereiro, mas a pausa é estratégica. Voltaremos renovados, com novidades e prontos para expandir diálogos, desafiar narrativas e construir, junto a você, o futuro que queremos ver. Até lá, que nos mova o que realmente importa.
E que nos mova. De fato.