Em meio às profundas transformações provocadas pela pandemia da Covid-19, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que integram a Agenda 2030, se tornaram ainda mais necessários para a superação dos desafios globais nas esferas ambiental, social e econômica. Esse foi um dos temas recorrentes durante o Festival Conhecendo os ODS Digital, realizado de 9 a 13 de agosto, em formato integralmente virtual.
Ao longo de uma semana, especialistas, gestores de empresas, representantes do terceiro setor, acadêmicos e estudantes participaram de uma extensa programação de palestras, exposições e atividades. Um dos objetivos do evento foi mostrar e debater soluções que já estão em prática para colaborar das desigualdades, combate da fome, que contribuam com a melhoria de índices educacionais e que também promovam a equidade e a proteção da biosfera.
“Os países queriam melhorar a vida das pessoas, e por isso construíram esse documento vivo, dinâmico, que aponta caminhos e soluções para os principais problemas que nós, como humanidade, enfrentamos. A Agenda 2030 está organizada em 17 ODS, mas não podemos nos esquecer de que esses objetivos são integrados e indivisíveis. Os ODS estão tão interconectados que um só poderá ser alcançado se for alcançado todos os outros”, disse Silvia Rucks, coordenadora Residente da ONU no Brasil, durante o evento.
Veja como foi a abertura do evento
Os ODS e o clima
O Festival Conhecendo os ODS Digital foi realizado na mesma semana em que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) quantificou a responsabilidade das atividades humanas no aumento da temperatura da Terra. Entre as projeções do documento, intitulado “Climate Change 2021: The Physical Science Bases”, está o crescimento na duração dos períodos de seca no Norte e no Nordeste, com graves impactos sobre a agricultura.
“A nossa geração é a primeira a sentir os efeitos e a última a conseguir fazer alguma coisa para mudar esse quadro, tanto no clima, quanto nos demais temas abordados pelos ODS. Então, eu faço um convite para que todos e instâncias e âmbitos, o que a gente pode fazer dentro da nossa empresa, sociedade civil e governo”, disse Carlo Pereira, diretor executivo do Pacto Global.
Hackathon estimula soluções com os ODS
Outro destaque da programação Festival Conhecendo os ODS foi o Hackathon Trago Boas Notícias. Realizado em parceria com a Eureca e o Instituto Capitalismo Consciente, a atividade foi desenvolvida para envolver pessoas de qualquer faixa etária, especialmente jovens, no desenvolvimento de ideias que possam colaborar com o alcance das metas dos ODS.
Os 85 participantes selecionados foram divididos em 17 equipes. Os grupos fizeram parte de diversas atividades previstas na programação, como workshops, ideação, prototipação, mentorias, oficinas e desafios, realizadas durante o evento.
O hackaton promoveu uma grande mobilização de pessoas em torno de propósitos dos ODS, por meio do desenvolvimento de 10 projetos construídos por pessoas de diferentes cantos do Brasil, diferentes idades e realidades. Os projetos trouxeram soluções inovadoras, principalmente para os temas de resíduos, mudanças climáticas e educação. Foram avaliados em critérios de invovação, aplicabilidade e fundamentação teórica (referências consideradas). Após a avaliação, os projetos ainda foram divulgados pelo LinkedIn, em uma ação de ampliar o conhecimento sobre esta agenda. O número de curtidas nos projetos também será considerado na avaliação total.
O resultado do trabalho das equipes foi publicado nas redes sociais do Festival, e um dos critérios escolhidos para pontuação dos protótipos desenvolvidos foi o número de curtidas. A avaliação final dos projetos será feita por uma banca de especialistas, integrada pela a gerente de ESG da ALTER, Tatiana Araujo. A equipe ganhadora, a ser conhecida em 20 de agosto, será premiada com um frigobar para cada integrante do grupo vencedor, oferecimento Whirlpool, patrocinadora oficial do Festival.
“A inovação é um ponto crucial para a implementação dos ODS e o hackaton gerou uma oportunidade incrível de integrar pessoas de diversas idades, realidades e partes do país nessa busca por soluções. Precisamos ter um novo olhar sobre os problemas, sair da zona de conforto para criar soluções ESG ainda não disponíveis no mercado”, avaliou Tatiana Araujo.