Greenwashing se caracteriza quando uma organização busca passar imagem de ser sustentável com mensagens que não condizem com a realidade.
Entenda em 5 dicas rápidas como identificar o que é greenwashing
Por Gustavo Santos, da Equipe Alter
O “greenwashing”, em tradução literal para o português, significa “lavagem verde”, “pintar de verde” ou “maquiar de verde”. O termo descreve uma prática nada sustentável, ainda mais no cenário pandêmico e de crises ambientais que estamos vivendo. É quando uma empresa, instituição ou organização quer passar a imagem de ser sustentável, eco-friendly ou ambientalmente responsável por meio de discursos, anúncios, propagandas e campanhas publicitárias que não condizem com a realidade.
No Brasil e no mundo, os bloqueios culturais, técnicos e econômicos para a redução das emissões (mitigação) podem parecer demasiado grandes, mas superar esses desafios é uma necessidade latente para que nossas sociedades não entrem em colapso. No âmbito da agenda climática, sabemos que cada grama de CO2 conta para a redução da temperatura. Todos nós, em todos os níveis, podemos e devemos agir, mesmo que seja pressionando e cobrando empresas e autoridades. Todas as iniciativas de ação devem ser consideradas.
A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), que acontecerá de 1º a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, terá papel decisivo na transição do mundo para uma economia de baixo carbono como resposta aos impactos das mudanças climáticas. Com o final próximo da pandemia e da quarentena, tendo o aumento da circulação de pessoas, é fundamental que o processo envolva mudanças em políticas energéticas, principalmente as que incluem a queima de combustíveis fósseis, grandes responsáveis pelo efeito estufa e, consequentemente, pelo aquecimento global.
Estamos no ponto em que todos concordam que algo precisa ser feito, mas ainda falta o comprometimento com metas ambiciosas de redução de emissões, tanto por parte de empresas quanto de governos. De acordo com o último relatório do IPCC “Mudança Climática 2021: a base da ciência física”, cada 0,5ºC adicional de aquecimento na superfície da Terra causa aumento na intensidade e frequência de eventos extremos.
O greenwashing vem sendo cada vez mais utilizado e de formas muito óbvias, pois a prática ainda é difícil de ser detectada devido a lacuna de conhecimento da maioria das pessoas. Por outro lado, os impactos no meio ambiente escancaram a necessidade urgente de mitigação dos impactos da ação humana sobre o clima. Ainda segundo o Sexto Relatório do IPCC, a temperatura global da superfície da Terra aumentou de 1850-1900 para 2010-2019 em 1,09ºC, sendo que 1,07ºC deriva, provavelmente, da ação humana.
5 dicas para identificar o que é greenwashing
Na era em que as empresas estão comunicando o tempo todo sobre neutralidade das emissões de carbono e investimentos ESG, como saber se os anúncios refletem uma abordagem sincera ou superestimada, tanto em termo de intenções quanto em termo de viabilidade?
A Alter, em parceria com a I Care Brasil, empresa de consultoria estratégica de serviços ambientais para a transição ecológica, preparou 5 situações que ajudam a identificar o que é greenwashing:
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A empresa não é transparente sobre seus dados de emissão
É o caso, por exemplo, de uma organização que anuncia uma meta de neutralidade de carbono, sem levar em consideração as emissões indiretas ligadas a sua cadeia de valor.
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A organização fala sobre soluções hipotéticas
A empresa divulga uma meta ambiciosa, mas não possui plano de ação. Por exemplo, uma companhia no setor da aviação cria suas metas contando com a inovação do hidrogênio para o plano de descarbonização das operações, embora a tecnologia ainda não esteja desenvolvida o suficiente para ser adotada em escala.
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A companhia comunica ações ambientais simbólicas
O produto é apresentado como totalmente verde quando apenas um dos seus componentes é.
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Divulgação limitada a números não relacionados à atividade fim
É montada uma estratégia apenas baseada na compensação, sem repensar a mitigação e suas atividades.
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A corporação aparenta uma falsa exclusividade
O benefício ambiental é alegadamente exclusivo, mas, na verdade, todos os produtos ou serviços semelhantes da empresa são legalmente obrigatórios ou todos os concorrentes já o fazem.
Estratégia ESG de negócios
As políticas das empresas voltadas para boas práticas nas áreas ambiental, social e de governança – conhecidas pelo acrônimo em inglês ESG – precisam ter uma abordagem sólida e interempresarial, que seja planejada e levada a sério. Deve ser uma parte integrante da política interna da empresa. Aliás, no site da Alter, é possível encontrar diversos conteúdos relevantes sobre sustentabilidade e ESG no mundo dos negócios, no setor financeiro, nos governos e na sociedade civil.
Nos últimos anos, foram desenvolvidas diversas ferramentas e frameworks baseados na ciência para auxiliar processos de tomada de decisão, tais como SBTi, CDP e GRI. Essas metodologias permitem diagnosticar e interpretar os impactos de um produto ou de uma organização, avaliar os danos causados pelas suas atividades, propor soluções integradas de modo a promover o desenvolvimento sustentável e promover transparência na comunicação.
I Care atua junto ao setor público e às empresas privadas com uma estratégia de mitigação e redução dos seus impactos, ajudando-os em uma transição realmente alinhada aos desafios do Acordo de Paris, sem greenwashing. Já a Alter auxilia na elaboração de relatórios anuais de sustentabilidade, seguindo a estrutura GRI e promovendo a transparência na comunicação de metas e resultados. Além de produzir conteúdos como este, que tem o objetivo de esclarecer, trazer luz e tornar mais acessível e entendível termos e temas que não são tão comuns no dia a dia.
Conte com a Alter e a I Care Brasil se estiver buscando metas efetivas e uma comunicação clara sobre o clima.
Compartilhe este material. A informação é a melhor forma de combater o greenwashing por um mundo, de fato, mais sustentável!