Nos últimos dias, ao entrevistar candidatos, fiquei surpresa com quantos se autointitulam ‘ESG’, como se fosse um adjetivo. A sigla ESG, que se refere a critérios ambientais, sociais e de governança, está sendo usada incorretamente, como se ‘eu sou ESG’ fosse algo adequado.

ESG como diferencial competitivo

É inegável que as habilidades e experiências em ESG são um diferencial no mercado de trabalho. Empresas cada vez mais valorizam profissionais que possuem conhecimento e prática nessas áreas. No entanto, é crucial entender que ESG não é uma característica pessoal. Ao incluir informações sobre projetos e iniciativas relacionadas a ESG em seus currículos, os candidatos podem destacar seu alinhamento com os valores e metas das empresas. Isso é especialmente relevante em setores que valorizam a responsabilidade social e ambiental, sem a necessidade de dizer que ‘são ESG’.

Demonstrando compromisso com ESG

Os candidatos precisam encontrar maneiras eficazes de demonstrar seu compromisso com os princípios ESG. Um currículo bem elaborado pode destacar o envolvimento em projetos ou iniciativas que abordam questões ambientais, sociais e de governança. Por exemplo, um profissional pode mencionar sua participação em programas de sustentabilidade corporativa, iniciativas de diversidade e inclusão, ou projetos de transparência e ética empresarial.

Critérios para empresas, não indivíduos

ESG é uma abordagem ou conjunto de critérios aplicados a empresas e investimentos para avaliar seu desempenho em áreas específicas. Portanto, não faz sentido descrever uma pessoa como ‘ESG’. Em vez disso, um currículo deve refletir o impacto das ações e projetos realizados pelo candidato em alinhamento com esses critérios. É sobre como as práticas adotadas pelo indivíduo podem promover um ambiente de trabalho sustentável e responsável, beneficiando tanto a organização quanto a sociedade.

ESG e o ambiente de trabalho

Mais do que ‘ser ESG’, o importante é o engajamento com práticas sustentáveis e responsáveis que beneficiam tanto a organização quanto a sociedade. As práticas ESG podem criar um ambiente de trabalho que promove engajamento, lealdade e produtividade, ao alinhar os objetivos corporativos com os valores e necessidades dos colaboradores. Profissionais de diversas áreas podem contribuir significativamente para as metas ESG, desde que demonstrem claramente suas ações e resultados em seus currículos.

Enfim, ao redigir um currículo, é fundamental mostrar como as experiências e conquistas estão alinhadas com os princípios de responsabilidade ambiental, social e de governança. Embora ‘ESG’ não descreva uma pessoa, o currículo pode refletir como o candidato contribui para esses ideais em suas atividades profissionais e comunitárias. Demonstrar engajamento e resultados em projetos ESG é a melhor maneira de destacar essa importante competência no mercado de trabalho atual.

Em vez de se autointitular ‘ESG’, os candidatos devem focar em apresentar suas contribuições e experiências práticas que promovem esses valores. Isso não só esclarece sua verdadeira capacidade de agregar valor, mas também demonstra um entendimento mais profundo e preciso do que realmente significa trabalhar com ESG.

Por: Sueli Mendes