As mulheres estão realmente brilhando nas Olimpíadas de Paris, e as brasileiras, em particular, estão nos enchendo de orgulho. Mesmo antes dos jogos começarem, o COI já anunciava uma representatividade histórica das mulheres nesta edição – a maior dos últimos 100 anos –, e o protagonismo vem se confirmando dia após dia. As brasileiras, em uma lupa mais regional, têm mostrado uma força e uma determinação que inspiram e elevam o nome do país no cenário esportivo global.
Ontem, destaque para Bárbara Domingos, que conquistou uma vaga na final individual da ginástica rítmica, um feito inédito na história olímpica nacional. Duda e Ana Patrícia superaram as australianas e disputam hoje a medalha de ouro no vôlei de praia. Já nos emocionamos com o ouro de Rebeca Andrade, na ginástica artística, e de Beatriz Souza, no judô, e com a vaga na final do futebol feminino, entre outros resultados.
Mas o sucesso das mulheres vai muito além das medalhas. Cada vitória, cada recorde quebrado, e mesmo cada participação com todo esforço e dedicação, carrega consigo um significado profundo. Elas representam milhares de meninas e mulheres em todo o Brasil, confirmando a máxima de que o esporte é um campo onde todas podem brilhar.
A escritora Milly Lacombe cravou: ‘A maior atleta olímpica brasileira é uma mulher negra e isso importa demais…’ Sim, é fundamental reconhecer a importância dessas conquistas, e ainda mais em um contexto tão adverso para uma mulher preta e pobre. Não deveria ser assim. É muito importante que não seja assim!
Adicionalmente, elas deram aulas de sororidade. A iniciativa de Simone Biles e Jordan Chiles de reverenciar Rebeca foi a mais emblemática das Olimpíadas nesta pauta até o momento. E lições de empoderamento feminino.
Quanto à Rebeca, ao ser questionada se falava inglês, ela respondeu: “(…) não gosto de dar entrevista em inglês, não me sinto confortável de dar entrevista em inglês. Eu sou brasileira e falo português. E eu consigo me expressar muito mais na minha língua do que em outra. Eu vou falar em português e pronto”, disse a maior medalhista olímpica do Brasil. Ela pode, sim!
Reconhecer o merecido protagonismo das mulheres nas Olimpíadas de Paris representa um marco na luta coletiva por igualdade. Claro que há conquistas masculinas que também devem ser valorizadas, porque força, resiliência e determinação não têm gênero. São qualidades humanas, que se destacam ainda mais quando promovemos e valorizamos a diversidade. Mas, hoje, mais do que nunca, as Olimpíadas merecem ser vistas sob a perspectiva do gênero feminino.
Bom fim de semana!