Últimos meses do ano. Num piscar de olhos, já teremos passado pela Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do G20, estaremos enfeitando pinheiros e virando o calendário para o ano novo. Felizmente todos teremos concluído o planejamento para 2025, tema sobre o qual muitos de nós estamos debruçados agora.
Como será o amanhã? Responda quem puder… Num mundo repleto de mudanças ambientais, sociais, políticas e tecnológicas, temos clara a importância de uma gestão proativa da reputação. Cada vez mais as organizações são desafiadas por um conjunto maior de variáveis, muitas das quais elas não têm controle. Para se manter forte em mares turbulentos, a melhor estratégia é construir uma rede de confiança com todos os seus públicos, numa atitude proativa e cuidando de fazer uma correta e eficiente gestão da reputação.
Em tempos de incerteza e com a velocidade exponencial da informação, é crucial construir – e preservar – uma sólida reputação para enfrentar imprevistos e gerar valor de longo prazo para a marca. Nesse sentido, iniciativas ESG são capazes de traduzir publicamente os valores corporativos que conduzirão a uma melhor reputação, ativo tão essencial.
Existe uma clara interlocução estratégica entre os critérios ESG e a conquista (ou não) da reputação. Ser uma empresa responsável nas suas relações sociais, na preservação do ambiente, na defesa de temas de interesse da sociedade (como diversidade e inclusão, entre outros) e contar com um bom processo de governança, com transparência e equidade, fortalece a percepção de propósito, de coerência entre discurso e ação, e da existência de um compromisso quanto à geração de valor compartilhado para a sociedade.
Fato é que as empresas precisam demonstrar seu impacto positivo para merecerem a confiança e a admiração da sociedade. Os jovens estão cada vez mais interessados em práticas conscientes, que priorizem o cuidado com o meio ambiente, o que provoca mudanças significativas na dinâmica do mercado.
Quando falamos em consumo, isso implica também uma postura mais crítica e escolhas mais criteriosas, que não se baseiam apenas em satisfazer vontades individuais, mas em se engajar em determinadas causas, como é o caso da pauta sustentável. Se identificar com empresas que possuem uma boa reputação e um posicionamento firme nesta área, de forma crível e consistente, tem grande relevância tanto nas decisões de compra como na escolha de uma companhia empregadora.
Então, reputação não pode ser entendida apenas como uma ferramenta de mitigação de riscos e contenção de danos, como um colete salva-vidas, mas como um ativo que, se bem trabalhado, gera valor sustentado e de longo prazo para a organização. Claro que cuidar da gestão da reputação de forma proativa e estratégica permite uma resposta mais eficaz e ágil em situações de crise, mitigando danos e recuperando a confiança dos públicos mais rapidamente. Mas há que se considerar, acima de tudo, o fortalecimento da reputação corporativa como diferencial competitivo.
Em suma, monitorar e gerenciar sua reputação é essencial para construir e manter a confiança dos públicos de interesse, diferenciar-se da concorrência, lidar com crises e garantir a sustentabilidade e perenidade da empresa a longo prazo.
Você tem feito a gestão da sua reputação corporativa? 2025 está logo ali. Lembre-se de incluir este “item básico” nos seus planos e resoluções de ano novo.
Dario Menezes é Diretor Executivo da Caliber, consultoria internacional especializada na reputação corporativa (www.groupcaliber.com.br) e professor da FGV.