A ampla literatura que se tem disponível sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) nos remete ao propósito de mobilizar e integrar os esforços globais de governos, empresas e sociedade civil na busca por um mundo mais justo, menos degradado e mais hospitaleiro, digamos assim. Tem-se o ODS da erradicação da pobreza (1), emprego justo e crescimento econômico (8), cidades e comunidades sustentáveis (11) e combate às alterações climáticas (13), entre os 17 objetivos traçados por 193 nações.
Com relação às empresas, definitivamente os ODSs se configuram em oportunidades ímpares para as atividades econômicas apresentarem soluções e tecnologias que perpassam os bons negócios e os lucros e caminhem efetivamente para a salvação do planeta. Esse aspecto chama muita atenção.
Recentemente, a Exame noticiou a parceria entre a Nespresso (Nestlé) e a Natura para o reaproveitamento das cápsulas de alumínio da marca de café nas embalagens do creme hidratante da principal linha da empresa de cosméticos, a Ekos Castanha, uma das mais vendidas da companhia.
A Nespresso já instalou mais de 400 pontos de coleta espalhados pelo Brasil. Serão reaproveitadas mais de 2 toneladas/ano de cápsulas. E as novas embalagens chegam às prateleiras da Natura na próxima segunda-feira (28/10), quando se celebra o Dia Nacional de Reciclagem de Alumínio.
Outra inciativa bastante relevante vem da Malwee, da indústria da moda, a segunda que mais polui o planeta, atrás apenas da petrolífera, e responsável por 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa. Levantamento da Global Fashion Agenda, organização sem fins lucrativos, aponta que mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em anos recentes.
Pois bem, a Malwee contou ao UOL Ecoa que sua mais recente coleção de moletom é produzida inteiramente a partir de uma mistura de fios feitos de garrafas pet e da reciclagem de roupas usadas que iriam para o lixo. Isso mesmo! A campanha, lançada em 2022, quase dobrou a quantidade de malha produzida com fio reciclado, que leva 85% de fibras de rupas usadas e 15% de poliéster de pet. Já foram utilizadas cerca de 4,5 toneladas de peças após consumo, recolhidas pela Cruz Vermelha, que se transformaram em 2,6 toneladas de malha. Outro dado: 68% do tingimento é feito de água de reuso, além de a malha ter contado com amaciante de silicone feito com capinhas de celulares descartadas.
Resumo da ópera: que mais parcerias desse tipo sejam celebradas no Brasil e no mundo. Porque reciclar o lixo é luxo!