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O índice S&P Global Clean Energy caiu 40% desde o início de 2023, o que traduz uma queda relevante nas ações de empresas do setor energia limpa nos mercados globais. Contudo, de acordo com análise da Bloomberg, o dado não significa necessariamente que os investidores estão com o pé atrás com a transição energética, mas que tendem a buscar maior retorno fora do mercado de ações.
A consultoria MCSI fez um levantamento recente de investimentos em empresas de capital fechado com atividades voltadas para energia renovável, mobilidade verde ou armazenamento de energia nos últimos cinco anos. O portfólio analisado registrou retornos acumulados de 123% no período, enquanto uma carteira similar, formada por empresas de capital aberto, obteve uma taxa de 57%.
Ao contrário do mercado de ações, os investimentos privados não seguem uma orientação rígida sobre o que uma empresa precisa oferecer ou quais informações precisa divulgar para obter financiamento. Trata-se de um ambiente de negócio para investidores com ‘bolsos grandes’, tais como fundos de pensão e fundos soberanos. Por outro lado, dados o risco e o longo prazo, a expectativa é de retornos maiores do que o mercado de ações.
Os dados precisam ser analisados com cuidado para que seja possível identificar uma tendência. Mas o fato é que o mercado privado oferece outra forma de relacionamento com os investidores.
‘Esta área do mercado é conhecida por sua opacidade, e os investidores podem precisar olhar mais de perto como suas empresas em portfólio estão posicionadas para capturar valor na transição e como podem aproveitar a inovação tecnológica relacionada ao clima e as mudanças nas políticas’, disse Abdulla Zaid, vice-presidente da MSCI e coautor do estudo, em entrevista à Bloomberg.
* Gilberto Lima é produtor de conteúdo, dono da Agência Celacanto, especializado em clima e finanças sustentáveis, e parceiro da Alter Conteúdo
