Em um mundo onde a comunicação é tão importante e estratégica para as organizações, é essencial acompanhar as principais tendências da área. O recente estudo ‘Tendências da Comunicação Organizacional 2024’, da ABERJE, oferece insights relevantes do que o futuro reserva. Entre as muitas facetas destacadas, a ascensão da agenda ESG aparece como um farol orientador não apenas na comunicação, mas na própria identidade corporativa.
O cenário da comunicação organizacional está em constante metamorfose, impulsionado por um público mais exigente, uma mídia mais penetrante e tecnologias emergentes que redefinem os limites do possível. No epicentro dessa evolução está o ESG. Mais do que uma sigla na moda, é uma mudança de paradigma, uma reafirmação do contrato social entre empresas, sociedade e meio ambiente.
Não se trata apenas de produzir relatórios de sustentabilidade e promover ações de voluntariado. É sobre a integração dessas preocupações em toda a estratégia corporativa, incluindo a comunicação. As organizações devem agir não apenas como meras transmissoras de mensagens, mas como facilitadoras de diálogos significativos sobre questões ESG com todos os seus stakeholders, promovendo letramento a partir da linguagem audiovisual em diferentes mídias, especialmente, e explorando novas tecnologias, como a inteligência artificial, por exemplo.
Afinal, vivemos um tempo em que as histórias precisam ser contadas não apenas por palavras, mas por meio de imagens, dados e experiências que valorizem as emoções, traduzindo conceitos abstratos e construindo narrativas poderosas e envolventes da marca com o público. Nesse sentido, é possível também explorar as vulnerabilidades corporativas de forma assertiva e simples, promovendo a transparência e assumindo compromissos a partir de dados e evidências verificáveis, que permitem apontar para metas tangíveis e alcançáveis.
O estudo da ABERJE mostra que 62% empresas entrevistadas apontaram como tendência ‘comunicar as pautas ESG sempre baseadas em evidências, com autenticidade e ética’; 56% indicaram ‘abordar e simplificar as narrativas ESG, considerando que tanto consumidores quanto colaboradores buscam diversidade, inclusão, boa governança, saúde integral, e um planeta mais sustentável’; e 52%, ‘promover uma maior clareza de propósito da empresa, marca ou campanha, nos seus compromissos com pautas ESG’.
As preocupações não são uniformes. Elas variam de acordo com a demografia, cultura e valores individuais. As organizações que reconhecem e respondem a essa diversidade com mensagens personalizadas e relevantes para diferentes públicos colherão os maiores benefícios em termos de engajamento e credibilidade.
Em 2024, a comunicação organizacional não é mais apenas sobre o que é dito, mas como é realizado. E o ESG emerge como fio condutor, com potencial para conectar as organizações com seus diversos públicos de interesse a partir de uma narrativa sólida e direcionada, alinhada à estratégia de negócio e aos compromissos assumidos dentro desta agenda.
Bom fim de semana!
(*) Eduardo Nunes é parceiro da Alter Conteúdo