Nesta semana, o X, eterno Twitter, voltou a funcionar por aqui. Após ficar suspenso por mais de 1 mês, a Procuradoria-Geral da República deu o parecer favorável para que a rede social, comandada por Elon Musk, pudesse retornar às atividades, fazendo a alegria – ou não – de milhões de brasileiros.
Impedido judicialmente de funcionar desde o fim de agosto, por um descumprimento geral de normas da legislação do Brasil, como a ausência de um representante legal no país, além do acúmulo de uma dívida de quase R$ 30 milhões, a rede social parece ter se restabelecido após o pagamento da multa e o cumprimento dos requisitos.
A disputa entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o bilionário naturalizado norte-americano já vinha tomando proporções tragicômicas, com direito a provocações de Musk ao ministro, via memes, na própria rede. O empresário já deveria saber que cutucar a democracia brasileira em 140 caracteres não era uma boa ideia. Era de se esperar, depois que ele foi incluído no inquérito sobre milícias digitais no início deste ano pelo próprio Xandão.
A retomada da plataforma, no entanto, não vem de uma conciliação entre as partes. Muito longe disso. Segundo o economista Roberto Kanter, da FGV, a volta das atividades do antigo Twitter tem um cunho diretamente econômico, reflexo da pressão dos investidores e acionistas às empresas do grupo de Musk, principalmente a Starlink. Afinal, bilionário gosta de dinheiro e não de retração nos investimentos.
Por enquanto, o desbloqueio da rede tem sido considerado uma derrota para o norte-americano, mas o cenário sempre pode mudar frente às movimentações do mercado e as transições de poder.
De todo modo, continuo achando que esse negócio de bilionário botar X no meio das coisas não é lá uma boa ideia. Lembranças ao Eike.