Hoje, dia 14 de outubro, o Brasil celebra o Dia da Pecuária, um setor responsável por R$ 2,45 trilhões do PIB nacional. Temos o segundo maior rebanho do mundo e abastecemos mais de 150 países, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Mas, apesar de sua grande importância econômica, nossa pecuária também é responsável por emissões significativas de gases de efeito estufa, o que nos coloca num paradoxo: como utilizar todo nosso potencial sem trucidar recursos naturais e intensificar a crise climática?
Em 2021, a pecuária brasileira emitiu 601 milhões de toneladas de CO2 e respondeu por 74% de toda a poluição climática do país, conforme dados do Observatório do Clima. Não há como esses números passarem despercebidos, e por isso é essencial promover discussões em busca de soluções que garantam melhores possibilidades de futuro.
Algumas iniciativas já estão em curso, e, se implementadas em larga escala, podem ajudar a melhorar esse panorama. A primeira é a preservação da água potável, distribuindo bebedouros para os animais em pontos estratégicos e instalando reservatórios de água da chuva, que podem ser reutilizados. Outra é a recuperação de pastagens degradadas pelo manejo tradicional ou pelo pastejo contínuo, cujo solo é mais suscetível à erosão e à infestação de plantas invasoras e pragas. Uma prática recomendada é o pastejo rotacionado, técnica em que o pasto é submetido a períodos alternados de uso e descanso. Isso não apenas evita queimadas acidentais, como também promove a reciclagem de carbono.
Por fim, há que se investir no sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), em que há diferentes sistemas produtivos (pastagens, árvores e gado) em uma mesma área, seja em consórcio, rotação ou sucessão. O objetivo dessa combinação é aumentar a produtividade, gerando benefícios econômicos e ambientais.
Tais exemplos são apenas alguns dos caminhos possíveis para conquistarmos melhores práticas na nossa pecuária, que precisa mais do que nunca alinhar suas estratégias ao que há de mais urgente: a preservação da vida.